Quarentena pode causar estresse nos animais domésticos
Com o isolamento social em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), donos de pets têm passado mais tempo ao lado dos seus bichinhos. É uma grande mudança na rotina dos animais, que passam a ter companhia 24 horas por dia e, no caso de famílias grandes, casa sempre cheia. Segundo Karla Almeida, coordenadora de Medicina Veterinária da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Maceió, qualquer mudança na rotina do animal pode causar estresse.
“O animal que não está adaptado com uma grande quantidade de gente em casa, todos juntos ao mesmo tempo, pode sentir uma interferência em sua rotina e desencadear algum tipo de estresse. Essa mudança pode ser percebida através do comportamento do bichinho, desde uma lambedura mais intensa até alguns tremores”, explica Karla.
De acordo com a profissional, o carinho no animal é sempre uma grande ajuda. “O importante é que, quando a rotina volte ao normal, o tutor continue ofertando carinho ao animal, mesmo com a disponibilidade de tempo reduzida. Sugiro que converse com o animal, tente reduzir o nível de estresse dele e, à medida que a vida volte à normalidade, mantenha esse contato”, orienta.
Alguns comportamentos podem apontar um nível de estresse elevado. Arranhar paredes, morder objetos e fazer xixi em locais inapropriados são alguns comportamentos observados, segundo Karla, principalmente quando o pet não tinha o hábito de agir desta maneira.
“Tem animal que adora casa cheia, outros não. Alguns podem desenvolver comportamento agressivo, outros se isolam. Em alguns casos, depende da raça, como algumas que têm predileção por crianças. Mas, no geral, o animal gosta de gente que dê carinho e atenção. Agora, se tiver muito tumultuado, o animal pode desencadear um comportamento mais agressivo, latir e ter alguns comportamentos que não são habituais para ele”, esclarece a médica veterinária.
Dicas
Karla explica que é interessante tentar utilizar brinquedos neste momento. “Às vezes, falta espaço para o animal correr, então, tente inserir alguns brinquedos. Escovar o animal pode dar uma tranquilizada e conforto maior. Essas dicas, somadas à oferta de carinho, fazem com que a situação de estresse seja contornada”.
Outro fator que os tutores de pets precisam saber é que os animais precisam ter seus momentos a sós, nos seus cantinhos preferidos. “Mesmo as raças mais dependentes procuram algum cantinho perto do tutor. É muito importante o dono respeitar esse momento que animal se reserva, afinal, ele tem convívio com os amigos, família, e, em algum momento, busca um local para ficar quietinho. Quando acontecer, respeiteo animal, desde que seja algo natural e que ele não esteja se escondendo ou apresentando algum sinal de anormalidade”, orienta Karla.
Segundo a profissional, é possível que, ao fim da quarentena, o animal desenvolva um quadro de estresse ou mudança de comportamento. “Qualquer alteração nos hábitos dos tutores é sentida pelos animais, pois eles têm uma sensibilidade aguçada. Se o dono está triste, estressado ou em pânico, o animal sente e pode, sim, sofrer também”, alerta.
“Por isso, é importante que os donos tentem passar por esse momento da quarentena de forma mais saudável e transmitir isso para o animal. Essa postura acaba tranquilizando o pet. Mantenham a calma, sigam todas as recomendações para que o animal passe por essa fase de forma saudável”, finaliza Karla Almeida, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da UNINASSAU Maceió.
Assessoria