Polícia Civil prende acusado em esquema de furtos de veículos locados
A Polícia Civil de Alagoas prendeu nesta terça-feira (12), em Arapiraca, um homem acusado da prática de pelo menos três furtos qualificados de veículos locados, na cidade de Belém do Pará.
Samuel Vieira de Aguiar teria participado dos crimes ocorridos nos dias 17 e 18 de maio do ano passado, nos quais teriam sido furtados, mediante fraude, os veículos Jeep/Renegade, placa QNZ-2170, Ford/Ranger, placa QNJ-3441, e Nissan/Kicks, placa QOD-5129.
O primeiro caso é de furto qualificado pela fraude (art. 155, §4º, II) e os dois últimos por terem sido transportados para outro estado, caracteriza o art. 155, §5º, II.
A operação que resultou na prisão do suspeito teve por objetivo desmantelar uma quadrilha que vinha agindo no furto de veículos locados, em diversos estados, e teve a participação de agentes do Tigre (Tático Integrado de Grupamentos de Resgates Especiais) e do Núcleo de Inteligência da Delegacia Geral, sendo coordenada pelo delegado Fabrício Nascimento.
Além de Alagoas, a ação policial também está sendo realizada em Sergipe, Bahia e Pará, em cumprimento a mandados de prisão expedidos pela Justiça de Belém/PA.
A organização criminosa é acusada, entre outros crimes, de furto qualificado, estelionato, receptação, uso indevido de selo público, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, uso de documento falso, inserção de dados falsos em sistema informatizado, corrupção ativa e corrupção passiva, praticados no período de março a julho de 2018, em diversos municípios paraenses e outros Estados brasileiros.
Segundo as investigações, a cadeia de delitos se iniciava com a locação de veículos seminovos junto a empresas especializadas, seguida da transferência fraudulenta de propriedade, e culminando na venda a terceiros de boa-fé e posterior divisão dos lucros entre os envolvidos.
Os alvos do golpe possuem um perfil definido: automóveis fabricados em 2017 e 2018, quase sempre de alto padrão.
Os locatários eram recrutados em Estados distintos daquele em que firmavam o contrato, como forma de dificultar as investigações.
Após a locação, esses carros eram transferidos para nomes de pessoas físicas, por servidores do Departamento Estado de Trânsito do Pará (Detran/PA) envolvidos no esquema.
Em seguida, outro servidor inserido no setor de arquivo do Detran/PA desviava os documentos decorrentes das transferências (CRV/CRLV), fornecendo-os a despachantes que, por sua vez, os entregam aos estelionatários responsáveis pela venda dos automóveis.
Alguns desses veículos ainda passavam por uma segunda transferência antes de serem oferecidos à venda, com o objetivo de fazer constar no CRV, como proprietário anterior, o nome de uma pessoa física em vez de uma locadora, dificultando, desse modo, a detecção da fraude.
Com a posse dos automóveis e munidos dos respectivos CRV’s e CRLV’s legítimos (materialmente), mais identidades falsas, em nome das pessoas que figuram como proprietárias nos documentos, os estelionatários do grupo não tinham dificuldades de vender os carros a terceiros, que, de boa-fé, acabavam pagando valores próximos aos de mercado. Ao final, o lucro obtido era distribuído entre os principais atores dessa rede de delitos.