Nível de endividamento na capital alagoana diminuiu pelo sétimo mês consecutivo e ficou em 61,9%
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) sinaliza diminuição, pelo sétimo mês consecutivo, no percentual de endividamento dos maceioenses, ficando em 61,9% em fevereiro; menor patamar dos últimos doze meses. O estudo é do Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Em termos comparativos, nesse início de ano a capital alagoana apresentou indicadores de endividamento menores do que a média nacional, já que o desempenho das capitais brasileiras ficou em 66,7%. Em relação às contas em atraso, o percentual de Maceió é 17,5%, enquanto a média das demais capitais está em 24,5%.
O desempenho reflete um contexto nacional, como observa o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Victor Hortencio. Ele lembra que, mesmo estando em meados do fim do primeiro trimestre, o auxílio emergencial ainda não foi retomado efetivamente, assim como o Programa Emergencial de Proteção de Emprego e Renda (BEm). Além disso, há um ambiente de pressão inflacionária crescente, ligado ao aumento dos preços dos insumos, e a uma onda crescente nos casos de Covid-19, batendo recordes diários em números de mortes e internações, enquanto a campanha de vacinação nacional não alcança percentuais expressivos.
Por todas estas incertezas, os consumidores passaram a adotar um comportamento mais cauteloso. “Mesmo com esse horizonte problemático, os consumidores da capital alagoana estão conseguindo manter a organização dos orçamentos domésticos, honrando e quitando seus compromissos financeiros nesse início de 2021”, avalia Victor.
Desempenho
Na aquisição de bens e serviços, o cartão de crédito permanece como o principal fator gerador de dívidas, sendo utilizado por 96,9% dos consumidores; um recuo de -0,92% na comparação mensal. “É válido ressaltar, que esse percentual de endividamento por meio de cartão de crédito ultrapassou a média das demais capitais do Brasil, que é de 80%”, pontua o economista.
Depois do cartão de crédito, a busca é por modalidades de endividamento de curto prazo são os carnês (15,9%). O financiamento de imóveis foi contratado por 3,4% dos residentes em Maceió.
Em termos absolutos, a variação mensal dos endividados foi moderada, saindo de 190 mil para 187 mil pessoas, uma queda de -1,78% quando comparado a janeiro. Já o número de endividados com contas em atraso, que contabilizava mais 56 mil pessoas, caiu para 53 mil, o que percentualmente equivale a -5,42%.
Na perspectiva anual, os indicadores de endividamento e inadimplência mostram um panorama de redução expressiva durante o período de pandemia, em Maceió, de maneira que todos os indicadores estão, em sua maioria, abaixo do mesmo período no ano passado. No que tange aos endividados com contas em atraso, ou seja, os inadimplentes, observou-se uma diminuição de -42,81% com relação a fevereiro de 2020. Traduzindo esses números percentuais para números absolutos, o montante de 92 mil pessoas com contas em atraso, em fevereiro de 2020, reduziu-se para 53 mil, em 2021, refletindo uma queda de mais 39 mil pessoas inadimplentes na capital.
Outro indicador em queda é o percentual de consumidores que declararam não ter condições de pagarem suas contas em atraso: nos últimos doze meses, queda de -46,39%. Em termos absolutos, saiu de um patamar de 48 mil pessoas para quase 26 mil.
Dentre os endividados, 29,7% dos consumidores com renda até 10 salários-mínimos possuem alguma dívida atrasada, contra 6,8% dos que recebem mais de 10 salários. Quanto ao tempo de atraso, os números continuam constantes, pois os dois grupos salariais têm uma média similar de um pouco mais de 70 dias, sendo que mais de 60% dos dois níveis de renda demoram entre três e seis meses no pagamento das dívidas, comprometendo, em média, 28,4% das suas rendas nesse período.
Assessoria