Hemoal é referência na assistência multidisciplinar para 697 alagoanos com doença falciforme

Além de atuar diariamente para assegurar sangue e hemocomponentes em quantidade suficiente para atender a demanda dos hospitais e maternidades, o Hemocentro de Alagoas (Hemoal) também é referência na assistência a 697 alagoanos acometidos pela doença falciforme, cujo dia mundial de conscientização ocorre nesta segunda-feira (19). Caracterizada como hereditária e mais prevalente no mundo, a patologia ocorre devido a uma mutação genética nas hemácias, que são as células vermelhas do sangue, e tem maior prevalência entre a população afrodescendente.

Por ser hematológica que causa crises de dor e de sequestração esplênica, icterícia, anemia, infecções, Acidente Vascular Encefálico (AVE), priaprismo e complicações renais, a doença falciforme requer acompanhamento multidisciplinar, não restringindo apenas ao profissional médico. Para isso, o Hemoal disponibiliza acompanhamento com fisioterapeuta, odontólogo, psicólogo, nutricionista e farmacêutico, além de ser assistido pelas equipes de Enfermagem e do Serviço Social. 

Esse atendimento multidisciplinar, aliás, é a razão da qualidade da assistência assegurada aos quase 700 alagoanos diagnosticados com a doença falciforme, segundo destaca a gerente do Hemoal, hematologista Verônica Guedes. “O paciente acometido pela doença falciforme geralmente sofre com muitas complicações. Mas o Hemoal disponibiliza uma equipe formada por vários profissionais, que abraça o paciente desde o momento em que ele chega pela primeira vez ao Núcleo de Hematologia, passando a ser assistido e a receber o medicamento Hidroxiuréia, que aumenta os níveis de hemoglobina e diminui o número de crises”, esclarece a médica.

Constatação

Entre os 697 pacientes assistidos pelo Hemoal está o psicólogo Sidney Santos, que é acompanhado pelo Núcleo de Hematologia desde os primeiros meses de vida, quando foi diagnosticado com a doença falciforme. Devido ao atendimento multidisciplinar que recebe, ele tem conseguido viver com qualidade de vida, mesmo já tendo passado por momentos classificados por ele como complexos, devido às crises que sofreu. 

“É uma batalha diária viver com a doença falciforme, mas com perseverança e o apoio da equipe multidisciplinar do Hemoal a gente vai conseguindo vencer cada uma delas. Costumo dizer que o Hemoal faz parte da minha família, além de ser a minha segunda casa, porque aqui recebo o carinho e atenção como se estivesse como os meus familiares”, relata Sidney Santos. 

Diagnóstico

A doença falciforme é diagnosticada nos primeiros dias de vida, por meio do Teste do Pezinho, que em Alagoas é assegurado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos 102 municípios. Para isso, os pais das crianças ou responsáveis devem se informar, juntos às Secretarias de Saúde dos municípios de residência, sobre as Unidades Básicas de Saúde (SUS) que fazem a coleta do sangue do bebê para realizar o exame.

Com o diagnóstico de doença falciforme, os pais da criança são encaminhados para a Casa do Pezinho, vinculada à Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), situada no bairro Poço, em Maceió. Após receber todas as orientações, a criança é encaminhada para iniciar o processo de assistência no Núcleo de Hematologia do Hemoal, conforme destaca a também hematologista do Hemoal, Alexandra Ludugero.

“A partir de então passamos a atuar em parceria com a Associação das Pessoas com Hemoglobinopatias de Alagoas (Aphal), visando assegurar toda a assistência que os pacientes necessitam. Estabelecemos um fluxograma de atendimento, evidenciando não apenas o cuidado hematológico, mas destacando a relevância das orientações nutricionais, a importância da fisioterapia e do acompanhamento psicológico no tratamento das pessoas com doença falciforme”, enumera.

Paralelamente, ainda segundo Alexandra Ludugero, o Hemoal promove educação continuada para os profissionais, treina os pacientes para que façam uso da medicação em suas residências e presta orientações no âmbito da Assistência Social. “Por meio do nosso Serviço Social, orientamos os pacientes sobre o BPC Benefício de Prestação Continuada], informa a hematologista, que reuniu os pacientes nesta segunda-feira (19), no Núcleo de Hematologia do Hemoal.

Assessoria