Alagoas desenvolve assistente virtual para orientar jovens brasileiras
A Minha Amiga Inteligência Artificial (Maia) acaba de ser disponibilizada para o público em geral. A assistente virtual desenvolvida pela empresa alagoana Ilhasoft tem como objetivo ajudar garotas a identificarem se estão em um relacionamento abusivo e orientar quanto às medidas que devem ser tomadas diante de um. O lançamento é parte da campanha #NamoroLegal, um projeto do Ministério Público de São Paulo (MPSP), com o apoio da Microsoft Brasil.
Idealizada por Valéria Scarance, promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo de Gênero do MPSP, toda a campanha foi criada para apresentar os primeiros indícios de um relacionamento abusivo e evitar que os casos cheguem ao nível de violência física.
O recurso tecnológico foi introduzido no processo para fazer com que meninas de todo o país tenham um acesso mais dinâmico e interativo ao conteúdo da cartilha do MPSP sobre relacionamentos abusivos. A robô conversacional, vulgo chatbot, está disponível na página dedicada ao projeto: http://www.mpsp.mp.br/namorolegal/.
Utilizando a mais refinada Inteligência Artificial, a Maia dá informações e esclarece dúvidas acerca do tema de um jeito leve e didático. Afinal, se para uma mulher adulta é difícil identificar uma relação não saudável, imagina para uma adolescente.
A construção da ferramenta foi responsabilidade da Ilhasoft, que entrou no projeto a convite da EloGroup – consultoria especializada em tecnologia, parceira da Ilha e da Microsoft. A empresa alagoana usou as próprias plataformas para transformar as dicas da cartilha em diálogo. Com o Push Chatbots, foram elaborados os fluxos de conversas e ações da Maia. E por meio do Bothub, um sistema capaz de fazer com que os computadores interpretem as intenções das pessoas, ela consegue entender as necessidades das garotas e direcioná-las para as respostas mais adequadas de seus questionamentos.
Matheus Amorim, líder do time da Ilha que desenvolveu a assistente, contou que houve um trabalho bem intenso nos falsos positivos (como são chamadas as palavras que podem ser entendidas de forma ambígua) por se tratar de uma robô que aborda assuntos complexos e que exigem bastante cautela. A Maia segue um fluxo informativo que percorre todas as dicas da cartilha, mas em qualquer momento uma jovem pode relatar um problema ou perguntar algo específico e precisa da orientação correta.
Essencial também era o cuidado com a abordagem. “A ideia é que a gente consiga conscientizar sobre relacionamentos abusivos e saudáveis de uma maneira com que a menina compreenda o que está sendo falando ali. É uma linguagem muito simples”, afirmou Matheus.
Todo o processo de criação foi verificado pelo AETHER (Comitê de IA e Ética em Engenharia e Pesquisa da Microsoft). Além disso, a Maia não solicitará identificação ou dados pessoais. As interações serão anônimas e nenhuma conversa será armazenada. O chatbot está hospedado na plataforma de nuvem Microsoft Azure e segue as políticas de privacidade da empresa.
A iniciativa é apadrinhada pela Plan International, organização sem fins lucrativos que promove os direitos das crianças e a igualdade para as meninas; pelo Girl Up, movimento global da Fundação ONU que treina, inspira e conecta meninas para que sejam líderes pela igualdade de gênero; e pelo Instituto AzMina, organização sem fins lucrativos focada em jornalismo, tecnologia e informação contra o machismo. Essas entidades também vão disponibilizar a assistente em seus sites.
Assessoria