Dia Internacional do Alzheimer: Mais de um milhão de brasileiros sofrem com a doença, cada vez mais comum
O dia 21 de setembro é marcado pela conscientização da Doença de Alzheimer (DA), que ainda gera muitas dúvidas na maior parte da população. Quem tem não costuma perceber as alterações, que começam com o esquecimento constante de coisas comuns na rotina. Esquecer para onde foi, o que fez no dia ou onde deixou determinado objeto.
Invisível e silenciosa, conhecer a doença é fundamental. O neurologista Rafael Costa Camelo, do Hapvida, explica quais são os principais sinais e sintomas. “O quadro inicial costuma ser identificado pela perda da memória recente. Quem tem Alzheimer normalmente não identifica em si, porém as pessoas mais próximas notam o declínio cognitivo, a dificuldade de raciocínio e até a dificuldade de lidar com problemas, que antes eram mais fáceis de resolver”, detalha.
CAUSA
A origem da doença ainda é desconhecida, mas estudos apontam que existe uma característica genética do Alzheimer: ela está presente no genoma das pessoas que têm predisposição. É importante destacar que não há maior incidência do problema por gênero, mas a doença é mais comum nas mulheres porque a expectativa de vida delas é maior na nossa sociedade.
“Acredita-se que uma alteração no próprio genoma faz com que, após os 65 anos de idade, haja uma alteração na função e na produção de proteínas dentro dos neurônios. Isso leva à uma disfunção ou morte dos neurônios em regiões específicas do cérebro relacionadas à memória, às emoções e ao comportamento social, sendo o hipocampo a principal delas”, esclarece.
FATORES DE RISCO
O avanço da idade aumenta drasticamente o risco de desenvolvimento. Aos 65 anos, a possibilidade de ter algum tipo de demência é de até 2%. Entre os 65 e os 85 anos o índice é bem maior: 18%. Acima dessa idade, as chances ultrapassam os 40%.
Além da idade e da característica genética, o tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas e doenças como hipertensão e diabetes contribuem para o surgimento do Alzheimer. A depressão não provoca, mas agrava os sintomas e pode deixar a demência mais severa.
TRATAMENTO
O médico detalha que o tratamento é multifatorial, feito com estímulos cognitivos, atividades lúdicas (como jogo de estratégias), dieta Mind (uma combinação das dietas Mediterrânea e DASH), além de atividade física. Apesar da doença não ter cura, isso atenua os sintomas.
“Estimular o corpo e a mente é fundamental. A USP já comprovou que a produção da enzima irisina, produzido durante a atividade física, pode retardar a doença. Nos pacientes com o problema os sintomas são amenizados e isso aumenta a qualidade de vida”, comenta.
O neurocirurgião reforça: a consulta com um especialista é fundamental para fechar diagnóstico, pois a doença pode ser confundida com outras patologias, como ansiedade ou até mesmo a falta de atenção. O Alzheimer não é apenas o puro esquecimento. É um quadro demencial.
Assessoria