Vigilância em saúde: Sesau orienta sobre os cuidados para evitar a Doença de Chagas

Foto, Carla Cleto e Ruana Padilha / Ascom Sesau
Em alusão ao Dia Mundial da Doença de Chagas – 14 de abril – a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado da doença. Causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente pelo inseto conhecido como “barbeiro”, a patologia pode se manifestar de forma aguda ou crônica, causando insuficiência cardíaca e problemas digestivos como megacólon e megaesôfago.
Enfermeira do Programa Estadual de Combate à Doença de Chagas, Monique Calheiros destaca a importância da prevenção e do acompanhamento médico. “A identificação precoce é fundamental para garantir um tratamento eficaz e melhorar a qualidade de vida do paciente. Além disso, ações de vigilância e educação em saúde são essenciais para evitar novos casos”, afirma.
Na fase aguda, que ocorre logo após a infecção, os sintomas podem ser leves ou até inexistentes, o que dificulta a identificação da doença. Quando presentes, incluem febre, mal-estar, inchaço no local da picada e aumento do fígado ou baço. Já na fase crônica, que pode surgir anos após a infecção inicial, o paciente pode desenvolver complicações cardíacas e gastrointestinais graves.
Transmissão e Diagnóstico
Monique Calheiros ressalta que o inseto é encontrado em casas de taipa, pau-a-pique e madeira. “O barbeiro pode se esconder em frestas na parede, por isso é importante que o ambiente seja sempre limpo e sem entulho, e que as paredes sejam rebocadas, especialmente a parte interna da casa”, destaca a enfermeira.
A Doença de Chagas também pode ser transmitida de outras formas. Além da mucosa dos olhos, nariz e boca ou através de feridas ou cortes recentes existentes na pele, as fezes do barbeiro podem penetrar, atingir a corrente sanguínea e desencadear o problema.
O diagnóstico é realizado por meio de exames de sangue e, em alguns casos, por exames de imagem ou avaliação clínica especializada. “Orientamos que as pessoas com suspeita de contato com o barbeiro ou que vivem em áreas de risco procurem uma unidade de saúde mais próxima para avaliação. É fundamental que o inseto seja capturado e levado para os postos de saúde para que sejam realizados testes acerca da contaminação”, salienta a especialista.
Tratamento
O tratamento da Doença de Chagas é disponibilizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), onde a medicação é enviada pelo Ministério da Saúde (MS). Em Alagoas, os dois centros de referência para o tratamento da doença de Chagas são o Hospital Universitário (HU) e o Posto de Atendimento Médico (PAM) Salgadinho, ambos na capital.
Em Alagoas, neste ano, foram registrados 10 casos de doença de Chagas crônica. Já no ano anterior, o Estado contabilizou 53 casos da doença, sendo 52 na fase crônica e um na fase aguda, conforme dados divulgados pela Sesau.