Infectologista do TJAL dá dicas para evitar dengue e outras arboviroses
Devido ao aumento nos casos de dengue, observado em todo o país, a médica infectologista do TJAL, Astéria Moreira, reforça a necessidade de cuidados para evitar essa e outras arboviroses.
“O mais importante são os cuidados, tanto individuais como da comunidade”, afirmou Asteria, indicando que os ambientes precisam estar limpos e sem acúmulo de água. A infectologista passou uma série de recomendações como:
Vedar a caixa d’água;
Colocar areia no prato embaixo dos vasos de planta;
Manter a higienização do ambiente em dia;
Não deixar lixo acumulado;
Recolher as folhas secas;
Evitar água parada em pneus, vasos de planta, depósitos e garrafas velhas;
Usar repelente contra insetos duas vezes ao dia (manhã e final da tarde);
Usar repelentes ambientais naturais (citronela)
Além dessas medidas, a médica ressaltou que existem duas vacinas estrangeiras contra a dengue que já estão liberadas para uso a depender da idade, ambas disponíveis nas redes privadas e, em alguns estados, oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Uma vacina nacional também está sendo produzida e se encontra em fase final de teste”, disse.
Arboviroses
As principais arboviroses são a dengue, a zika e a chikungunya, todas transmitidas pela fêmea do mosquito Aedes Aegypti. Além dessas patologias, existe a febre amarela, que em sua forma urbana também é difundida pelo mesmo vetor.
A infectologista explicou que as altas temperaturas favorecem a proliferação do mosquito transmissor. Vale ressaltar que o verão é a estação do ano caracterizada pelo calor e chuvas rápidas, gerando o empoçamento da água e causando o surto dessas arboviroses.
Sintomas e diagnóstico
A médica citou que existem sintomas em comum entre as arboviroses, como febre, dor de cabeça e dores musculares. A chikungunya particularmente é manifestada por meio de dor nas articulações.
Já na dengue e na zika há a dor retro-orbitária (atrás dos olhos) e as manchas na pele. A partir da sintomatologia, que seriam essas manifestações físicas, o diagnóstico clínico pode ser feito. Conforme a profissional explicou, o diagnóstico confirmatório é feito mediante testes laboratoriais.
“É importante, no caso da dengue, observar as plaquetas, porque, se elas iniciarem uma queda, existe um risco de desenvolver uma dengue hemorrágica”, afirmou Astéria, ressaltando que é necessário fazer o acompanhamento e procurar um hospital a qualquer sinal de sangramento.
A infectologista também chamou atenção para algumas especificidades das outras patologias. Como no caso da zika em gestantes, que pode ocasionar microcefalia no feto. E a chikungunya, que deixa alguns pacientes com problemas crônicos de articulação.
Tratamento
Por se tratar de um quadro viral, a dengue, a zika e a chikungunya são tratadas de acordo com os sinais apresentados em cada uma. “Não existe um medicamento exclusivo. Na verdade o tratamento é sintomático”, destacou Astéria.
A médica informou que, em geral, o ideal é consumir bastante líquido e tomar analgésicos no caso de febre e dor de cabeça. Existem também medicamentos contraindicados no caso da manifestação dessas arboviroses.
Entre os fármacos a serem evitados está o ácido acetilsalicílico, conhecido como aspirina. Além dos anti-inflamatórios que podem aumentar a tendência hemorrágica. Outros medicamentos também não são eficazes no tratamento dessas patologias, como corticóide e antibióticos.
Carol Neves – Dicom TJAL