Janeiro Branco: população idosa é a mais afetada pela depressão
Nos últimos anos, a importância do cuidado com a saúde mental tem sido cada vez mais discutida. E a busca pelo equilíbrio emocional também se estende à melhor idade, afinal, até 2030, o número de pessoas idosas no Brasil deve ultrapassar o número de crianças, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por isso, a campanha Janeiro Branco, que é um movimento social dedicado à construção de uma cultura da saúde mental na humanidade, também reforça a necessidade da busca pelo envelhecimento ativo, que ainda é um desafio para muitos idosos.
“Essa é a faixa etária mais propensa a desenvolver doenças ou transtornos psiquiátricos, em especial a depressão”, comenta Paula Melo, psicóloga do Hapvida NotreDame Intermédica. O alerta da especialista é confirmado pelas estatísticas, já que, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, a população idosa é a mais afetada pela enfermidade, que atinge 13% das pessoas entre os 60 e 64 anos de idade.
Causas da depressão na melhor idade
Abandono familiar, sentimento de inutilidade, limitações motoras, solidão. Esses são alguns dos principais fatores responsáveis por desencadear a depressão na melhor idade.
“Em uma sociedade que muitas vezes privilegia a produtividade, os idosos são invisibilizados. Por isso, as limitações e os sentimentos trazidos pelas transformações que são impostas pelo processo natural de envelhecimento podem gerar uma carga emocional bastante pesada”, explica a psicóloga.
O transtorno depressivo pode causar sintomas como perda de apetite, irregularidades no sono, alterações cognitivas e até desânimo para realizar atividades que, até então, eram consideradas prazerosas. Por isso, os sintomas não podem ser negligenciados e a família deve ficar atenta a eventuais mudanças de comportamento.
Alzheimer e Mal de Parkinson
Além disso, Paula Melo afirma que o quadro depressivo no idoso também pode atuar como precursor de outros transtornos comuns à terceira idade, como o Alzheimer e a doença de Parkinson. Assim, a dica é incorporar alguns cuidados na rotina para contribuir para o bem-estar emocional e busca pela qualidade de vida.
“Momentos de lazer, por exemplo, trazem inúmeros benefícios, pois garantem oportunidades de distração, interação social e prática de atividades que eles gostam. Outra dica legal é criar uma rotina com horários e atividades bem definidas. Isso ajuda a recarregar as energias, manter o ânimo lá em cima e ainda trabalha a capacidade cognitiva”, ressalta.
“Por fim, contar com o apoio psicológico também faz toda a diferença nessa fase da vida. A terapia traz benefícios que vão desde o estímulo das capacidades cognitivas até a prevenção ou tratamento de doenças, como a depressão”, finaliza a profissional.
Assessoria