O brilho nos olhos de quem viu o Rei jogar em solo alagoano
O menino tinha então 14 anos e viu se concretizar um sonho que acalentava desde que o nome de Pelé virou lenda nos principais meios de comunicação, à época, como o rádio, o jornal e o cinema, pois a TV ainda era um artigo raro e de luxo naquele 1970. O hoje radialista Gilberto Lima, com 64 anos, se paramentou para ver o rei do futebol inaugurar o estádio que leva seu nome. O menino Gilberto ficou espremido entre cerca de 15 mil pessoas na antiga geral.
“Lembro-me de que foi um dia inteiro de festa, com direito a entrevista coletiva no hotel onde o Santos estava hospedado. No estádio, não tinha lugar para mais ninguém, pois eram cerca de 45 mil pessoas. E o Pelé foi supersimpático com todos, deu volta olímpica, descerrou placa e ainda fez dois gols”, relata Lima.
Quem também esteve naquele dia da inauguração e lembra de muitos detalhes é Doroteia Bastos, filha do ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol, José Sebastião Bastos, o “Bastinhos” – já falecido. Ela tinha 7 anos quando participou da solenidade e ficou famosa nacionalmente, como a criança da foto mais reproduzida do dia, publicada em jornais e revistas, além de ser veiculada nas reportagens que passavam nos cinemas da época. Doroteia estava ao lado da mãe na tribuna de honra, quando correu até o campo para conseguir ficar pertinho do pai e de Pelé. “Tive a honra de participar desse momento”, acrescentou, gravando diretamente dos EUA.
Outro personagem que estava naquele dia 25 de outubro no estádio e viu Pelé não era nenhum Garrincha, nem tampouco jogador de futebol, embora um dos seus principais instrumentos de trabalho tenham sido as carreiras que dava, além da indumentária contendo sprays, gelo e outros apetrechos na bolsa que usava no seu ofício. Mas nasceu com algo que se assemelhava ao imortal Anjo das Pernas Tortas.
Seu feito histórico? No dia 8 de abril de 1976, no clássico CSA x CRB, válido pelo quadrangular decisivo do 1° turno do Campeonato Alagoano, impediu um gol do CRB na reta final do duelo. Cícero Lopes de Araújo, o “Castanha”, 76 anos, viu Pelé quando este esteve em Alagoas pela segunda vez e conta o que estava fazendo e viu: “Eu fui o massagista da Seleção Alagoana. Me senti bem feliz pois não é comum ver uma inauguração de estádio com o rei do futebol. Ainda me sinto muito emocionado”, diz o lendário massagista.
Assessoria