SSP detalha prisão de 13 integrantes de organizações criminosas em Alagoas
A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) realizou entrevista coletiva nesta terça-feira (13), para apresentar detalhes da prisão de integrantes de duas organizações criminosas com atuação em Alagoas. Ao todo, 13 pessoas foram presas após um trabalho de investigação que comprovou a participação deles nos crimes.
Na Operação U$ura, a Divisão Especial de Investigação e Capturas da Polícia Civil (Deic) detectou a existência de uma organização criminosa que atuava em Alagoas e possuía ramificações em outros estados e que praticava o crime de estelionato.
As investigações duraram cerca de dois meses e foram iniciadas após denúncias feitas pelo 181 Disque-Denúncia sobre a movimentação de várias motos em um prédio no bairro da Ponta Verde. Várias pessoas eram vistas saindo com mochilas várias vezes ao dia, o que levantou a suspeita de uma prática ilícita no imóvel.
Segundo o coordenador da Deic, delegado Mário Jorge Barros, a princípio foi investigado se os moradores do local realizavam tráfico de drogas, porém com o avanço das investigações, ficou constatado que pessoas realizavam agiotagem, praticando juros de 30% a 50%, movimentando cerca de R$ 5 milhões por mês na capital.
“Todos os presos são colombianos e os líderes do grupo traziam o dinheiro da Colômbia e criaram rotas de atuação na cidade. Cada rota tinha um responsável por emprestar e fazer a cobrança diária do dinheiro. Para isso utilizavam motos, celulares e computadores disponibilizados pela organização criminosa. Os indivíduos utilizavam CPFs de terceiros por meio de uma empresa de câmbio”, explicou.
Pequenos empresários, vendedores ambulantes, taxistas, bares, oficinas mecânicas e lava jatos eram os principais clientes da organização criminosa, segundo revelaram as investigações.
Com apoio do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público do Estado (Gecoc) e equipes do Tigre, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão na capital.
Foram presos em um apartamento na Ponta Verde os líderes da organização José Leonidas Giraldo Osorio e sua esposa Janeth Campo Rivera. Ambos são naturais de Cali, na Colômbia, e atuavam na prática ilícita em Maceió desde 2014.
Luis Alberto Vasco Giraldo foi preso no bairro do Osman Loureiro; Julian Andres Zambranco Campo foi preso na Ponta Verde; Edwin Alfonso Medina Altamar foi preso em São Miguel dos Campos; Sandra Del Pilar Dominguez Sanchez também foi presa em São Miguel dos Campos e Vladimir Hurtado Orejuela foi preso no bairro do Farol. Todos tinham como função recrutar clientes, emprestar o dinheiro e cobrar dos devedores.
Foram apreendidos seis planilhas de serviço, extratos de três bancos, seis motocicletas, dois notebooks, três cadernetas com anotações diversas, sete celulares, um pen drive, vários cartões de crédito e R$ 2.561 em espécie.
Operação Costa Dourada
Durante a coletiva também foi apresentado o resultado de um trabalho investigativo que resultou na prisão de seis pessoas acusadas de cometer homicídios, tráfico de drogas, roubo, furto e ameaça nos bairros da Guaxuma, Pescaria, Ipioca, Sauaçuhy e Paripueira.
No dia 9 de março foram cumpridos, 17 mandados de busca e apreensão e seis de prisão, expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.
Participaram da operação equipes da Deic, Tigre, Oplit, Asfixia, Batalhão de Operações Especiais (Bope), Radiopatrulha (Rp), Batalhão de Eventos (BPE) e da 3ª Companhia Independente da Polícia Militar.
O delegado Mário Jorge informou que as investigações duraram três meses e foram iniciadas após a constatação do elevado número de crimes na região. As agências de Inteligência da Polícia Civil e Militar constataram a atuação da organização criminosa na área. Denúncias recebidas pelo 181 Disque-Denúncia foram importantes para robustecer as provas técnicas já existentes.
Foram presos no bairro da Pescaria, Walter Souza dos Santos, Cassia Andreza dos Santos Silva, Leandro Douglas Moura dos Santos, Ervan Pereira dos Santos, Robson Afonso da Silva e Anderson Santana da Costa.
“Todos realizavam os crimes citados. Foi um trabalho muito importante, que teve o apoio da 17ª Vara Criminal e do Gecoc, e que, certamente, tirou de circulação criminosos que queriam instalar o terror na região. A população também nos ajudou realizando denúncias, o que prova que nossas investigações estavam no caminho certo”, disse o diretor da Deic.
O comandante do Batalhão de Eventos, tenente-coronel Rocha Lima, falou da importância do trabalho integrado entre as polícias e da operação que prendeu autores de vários crimes que vinham causando insegurança na região. “Tenho certeza que essas prisões vão dar tranquilidade à região por um bom tempo”, disse.
O secretário executivo de Políticas da Segurança Pública, Manoel Acácio Júnior, que conduziu a coletiva, parabenizou as equipes envolvidas nas duas ações e destacou a importâncias de desarticular dois grupos que atuavam realizando graves crimes em Alagoas.
“Quero também deixar registrado a importância da colaboração do Gecoc e da 17ª Vara Criminal para a execução das duas operações. Prendemos um grupo de colombianos que praticavam agiotagem e que poderia dar origem a outras práticas e capturamos os responsáveis por mortes e outros crimes no litoral Norte e Região Metropolitana da capital”, completou.
Também estiveram presentes na coletiva a delegada-geral adjunta da Polícia Civil de Alagoas, Kátia Emanuelly, e o subcomandante do Policiamento da Capital (CPC), tenente-coronel José Cícero da Silva.
Assessoria