Infectologista alerta sobre risco de transmissão da Covid-19 na praia
Com os termômetros beirando os 27°C, o sol dando as caras e o mar azul-piscina como cenário, as praias de Alagoas têm sido um convite quase irrecusável para quem deseja relaxar na areia e dar bons mergulhos, sobretudo nos finais de semana. No entanto, segundo Sarah Dominique, infectologista do Hospital da Mulher Dr.ª Nise da Silveira (HM), por mais que a flexibilização do isolamento social seja animadora, ainda não é tempo de ignorar as normas e aglomerar-se, como se a pandemia do novo coronavírus já tivesse acabado,
A especialista ressalta que a adoção de cuidados contra a Covid-19 em lugares fechados, como barzinhos e restaurantes, são praticamente as mesmas para os ambientes abertos. “A faixa etária adulto jovem é a que mais tem desrespeitado as regras de prevenção aconselhadas pelas autoridades de saúde para conter a progressão da pandemia do novo coronavírus. A praia é uma local de lazer, e não de aglomeração”, disse.
Sarah Dominique alerta que a redução dos casos da Covid-19 na capital tem gerado na população a falsa sensação de segurança. “A pandemia ainda não terminou. É isso que precisamos entender. Nos últimos meses, ficamos com os índices elevados, tanto no que diz respeito ao número de óbitos quanto de pessoas infectadas. O que os especialistas querem agora é que essa curva decrescente se mantenha para níveis minimamente aceitáveis. Com essa diminuição na curva, as pessoas não devem cair no achismo de que não precisam mais manter as recomendações e a utilização de máscaras. Se as regras não forem respeitadas, podemos, sim, ter uma segunda onda de contágio. Maceió começou a ter um declínio em número de casos agora”, destacou.
Posso manter as cadeiras de praia mais próximas umas das outras? A resposta é não. De acordo com Sarah Dominique, o ideal é manter o distanciamento das cadeiras ou barracas por, no mínimo, dois metros ou mais. E, mesmo que você esteja sozinho, não se esqueça de usar a máscara. Caso beba ou coma algum petisco, retire-a. Mas, assim que terminar de ingerir, coloque-a novamente no rosto. E mais: não entre na água com o anteparo, pois ele vai molhar e, consequentemente, vai perder sua função, que é a de proteger você contra o novo coronavírus.
“Nós, enquanto especialistas, não podemos assegurar, do ponto de vista da ciência, que, mesmo as pessoas que já tiveram a Covid-19 confirmada pelo exame molecular RT-PCR e, logo após o tratamento da doença, estão livres de uma reinfecção. Até o momento, nos parece que sim. O indivíduo pode transmitir para outra pessoa. Contudo, essa propagação do vírus não é pelo fato de ele ter tido a Covid, mas, sim, em função do não uso da máscara. Ele pode receber a Covid de alguém e acabar transmitindo para outras pessoas, como familiares e amigos mais próximos”, explicou.
“Porque, se fosse assim, o laudo médico constataria que o paciente, seja ele com caso suspeito ou confirmado, ao sair do hospital, estaria isento do uso da máscara. E a prática não é essa. Inclusive, existe a Lei n° 14.019/2020, sancionada pelo governo federal, que torna obrigatório o uso de máscara de proteção individual em espaços públicos e privados durante a pandemia do novo coronavírus”, acrescentou.
É sempre bom frisar – Da mesma forma que nos restaurantes e barzinhos, é preciso promover algum tipo de higienização das mãos quando você estiver na praia. Por isso, a infectologista do HM recomenda que cada pessoa leve seu frasco de álcool em gel a 70% na bolsa, como forma de prevenção para que o vírus não se propague. “Ainda que o indivíduo tenha tido a Covid-19, ele está se expondo a pessoas com as quais desconhece o estado de saúde”, salientou.
Assessoria