A auto sabotagem dentro do processo psicoterapêutico
Quantas das vezes já não nos perguntamos por que diante de algum problema é mais fácil negar a nós mesmos que o possuímos? Porque temos tanta dificuldade em aceitar que precisamos de ajuda para nos conhecermos melhor?
São esses e outros questionamentos que vêm à mente quando percebo que o paciente/cliente está se auto sabotando, mais porque isso ocorre?
Inúmeros fatores podem acionar o mecanismo de burlação no processo psicoterapêutico, que pode ir de algum gatilho que foi acionado quando tocado em um determinado conteúdo do paciente dentro da terapia, como uma sutil melhora do humor do paciente. Independente do fator que seja, quando isso ocorre, o indivíduo tende a filtrar os conteúdos na terapia, começa a faltar ou até o mais radical das posturas: se dar alta do processo (não aparece mais).
E como fica o psicólogo diante dessa situação?
Nossa postura é neutra dentro da psicoterapia, quando percebemos que o paciente está omitindo algo (não se esqueça, o corpo fala! [Neuroliguistica]), ou faltando em demasia, é o nosso dever enquanto profissional desse processo tão maravilhoso que é a subjetividade humana, é respeitar o tempo de cada indivíduo!
Sabemos da necessidade de cada um que chega ao nosso consultório, porém nosso trabalho só pode ser ministrado conforme os conteúdos que nossos pacientes permitem que adentremos dentro do processo.
E quando isso não ocorre, só temos que respeitar, pois o despertar para o autoconhecimento é algo que ocorre em ritmos diferentes para cada pessoa, e cada um deles reagirá de uma forma diferente dentro da terapia.
Independente se for uma omissão dos conteúdos ou até mesmo um corte abrupto dentro do processo feito pelo próprio paciente, é importante que eles saibam que sempre estaremos disponíveis para acolhermos os seus conteúdos (se assim o desejarem) para trilharmos juntos os caminhos para o autoconhecimento.
Lembrem-se: “Aquele que conhece os outros é sábio, aquele que conhece a si próprio é iluminado”. Laura Schlessinger
Por Daniela Hernandez de Barros, Psicóloga (CRP 15/3726) formada pelo Centro Universitário CESMAC; Especialista em Urgência, Emergência e Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pela UNIT; Capacitação em Psicologia Jurídica e Processos Psicológicos Criminais e Capacitação em Avaliação Psicológica.