Maceió Inclusiva: designer lança cobogó da casca do sururu
O sururu, Patrimônio Imaterial de Alagoas, segue ganhando o mundo e sendo ressignificado em vários setores da economia sustentável. Nesta quarta-feira (11), o projeto Cobogó Sururu da Mundaú, desenvolvido pelo designer Marcelo Rosenbaum, por meio do projeto Maceió Inclusiva Através da Economia Circular, coordenado pela Prefeitura de Maceió, foi destaque na 18ª Feira Internacional de Revestimentos, a Expo Revestir 2020, realizada em São Paulo. O elemento vazado, que tem como principal matéria prima a casca do sururu da Lagoa Mundaú, foi lançado na feira pela Portobello, uma das principais empresas de revestimentos e cerâmicas do País.
O novo modelo de cobogó, desenvolvido pelo designer – que é referência em projetos de sustentabilidade e conhecido nacionalmente por trabalhar no quadro ‘Lar Doce Lar’, do programa Caldeirão do Huck -, foi liderado pelo artesão Itamácio dos Santos, maceioense e morador da comunidade Vergel do Lago. Desde os 18 anos, o artesão empreendia informalmente na produção de caqueiras de cimento e, a partir desse trabalho, desenvolveu técnicas próprias, que contribuíram na produção do novo produto. Na primeiro lote produzido para a Portobello, ele empregou cinco moradores da comunidade. O produto também contou com a parceria do designer alagoano Rodrigo Ambrosio.
O projeto visa propiciar uma melhoria na qualidade de vida da população dedicada às cadeias mais tradicionais da economia local. Foto: Divulgação
No início do ano passado, o comitê gestor do Maceió Inclusiva se reuniu com Instituto A Gente Transforma e Rosenbaum para a criação de soluções voltadas à cadeia produtiva do sururu em Maceió. A parceria resultou em ações para a melhoria do meio ambiente e na criação de oportunidades sociais na região.
De acordo com o coordenador do projeto pelo IABS, Eric Sawyer, o lançamento do novo produto é um marco para o avanço da iniciativa. “É um momento de celebração para todos os envolvidos no projeto. O novo produto vai criar novas oportunidades de comercialização, inclusive no mercado de luxo, onde poderá ser usado em vários segmentos da construção civil. O lançamento foi um sucesso e trará muitos resultados positivos daqui para frente”, pontuou.
O projeto do Cobogó foi liderado pelo artesão Itamácio dos Santos. Foto: Divulgação
Segundo o gestor da Secretaria Municipal de Turismo, Esporte e Lazer de Maceió (Semtel), Jair Galvão, o Cobogó Sururu Mundaú é resultado do fomento do projeto a negócios e soluções sustentáveis voltadas para os resíduos do molusco, que serão trocados por moeda social e contribuirão para o desenvolvimento econômico e social da comunidade local. “O Maceió Inclusiva atua em várias frentes para a qualificação da cadeia produtiva do sururu e a melhoria da qualidade de vida da comunidade que sobrevive da pesca do marisco. Seja a partir de um modelo de cultivo implantado como um meio a mais de extração do sururu na lagoa, que já rendeu mais de uma tonelada do molusco para a comunidade somente na primeira coleta, seja pelo incentivo a negócios inovadores para o reaproveitamento dos resíduos, com um edital que destinou R$ 200 mil a essas iniciativas, o projeto avança com resultados significativos que ganham visibilidade na mídia nacional. Ter mais essa conquista, com o lançamento do Cobogó Mundaú, é sinal que as ações do projeto estão no caminho”, destacou.
O projeto
O Maceió Inclusiva Através da Economia Circular é um projeto coordenado pela Prefeitura de Maceió, por meio da Semtel, em parceria com o IABS e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que tem como principal objetivo promover melhorias na qualidade de vida da população dedicada às cadeias mais tradicionais da economia local (sururu e peixes) e impulsionar o desenvolvimento de modelos de economia circular na capital. Além disso, as ações do projeto visam tornar o sururu um produto de alta qualidade, que possa ser utilizado para a exportação nacional e internacional.
Cláudia Leite (estagiária)/ Ascom Semtel